Inteligência cibernética: você sabe o que é?

Inteligência cibernética: você sabe o que é?

Por Italo Adriano Marcelino*
19/07/2013 ... Convergência Digital
Notícias bombardeiam a mídia falando sobre dados que foram vazados, sobre ataques que foram feitos a sites, ativismo na rede. Mas afinal de contas como a inteligência cibernética pode atuar nesses casos? Antes de qualquer coisa, deve-se ter em mente que a Inteligência Cibernética é nada mais que a própria atividade de Inteligência de Estado e/ou Operacional voltada para os meios eletrônicos. Essas atividades são normalmente desempenhadas por agências do Governo como é o caso da CIA (EUA); MI5 e MI6 (Reino Unido); SVR e FSB (Rússia); MOSSAD (Israel); e ABIN (Brasil).

Nesse novo panorama de busca de informações sigilosas e sensíveis ao Estado, a inteligência cibernética pode ser dividida em três grandes grupos, são eles: Guerra Cibernética, Terrorismo Cibernético e o Hacker Ativismo/Ativismo Cibernético. E é dentro desses três grandes grupos que os Serviços de Inteligência devem mitigar suas informações. Falarei um pouco sobre estes grandes grupos.

Para que haja Guerra Cibernética é necessário apoio ou patrocínio estatal. Ações isoladas com outros motivadores podem ser igualmente prejudiciais embora não são considerados atos de guerra. Atualmente investir em Guerra Cibernética é algo extremamente viável, já que reduz o emprego de tropas no terreno, diminuindo os custos operacionais, além do resultado do ataque ser igual ou superior a um grande ataque convencional. Acredita-se que o vírus Stuxnet tenha sido um teste do que está por vir como arma de Guerra Cibernética.

Terrorismo Cibernético é o uso dos meios eletrônicos ou computacionais para destruição ou incapacitação de redes ou sistemas de informação. Atualmente não há relatos desse tipo de modalidade, porém já foi confirmado em 2002 através de Omar Bakri Muhammad, antigo porta-voz da Al-Qaeda, que a rede terrorista se prepara para utilizar destes meios.Vale lembrar que os atentados terroristas ocorridos em 11 de setembro de 2001 utilizaram de meios eletrônicos para sua elaboração e planejamento, porem estes meios não foram utilizados como alvo de ataques.

Ativismo Cibernético utiliza dos meios eletrônicos como a Internet para se fazer protestos. Os  meios são uma forma de driblar a mídia convencional para que as notícias sejam propagadas com maior rapidez. No Hacker Ativismo há ações hackers para apoiar o ativismo, sejam pichações de páginas web com textos fazendo referências aos protestos, ou com o boicote a sites utilizando de ataques de negação de serviço.
Dentro deste panorama de ativismo podemos citar o site WikiLeaks, que veio com a proposta de tornar público segredos de Estado de grandes potências mundiais, como por exemplo os Estados Unidos.  O caso mais recente envolvendo o site foram as revelações de espionagem digital realizada pelo governo americano denominado PRISM, o escândalo foi denunciado pelo ex-agende da NSA (National Security Agency), Edward Snowden.
Seguindo a linha de ativismo não podemos esquecer jamais do grupo ativista Anonymous que surgiu em meados de 2003 e que ficou bastante conhecido quando mostrou seu apoio ao WikiLeaks quando o mesmo sofreu boicote de algumas empresas em seu sistema de doações. Os Anons (diminutivo de Anonymous) estão presentes em quase todos os protestos seja no Brasil ou no mundo; é fácil identificar simpatizantes com a causa apenas procurando por uma máscara de Guy Fawkes, máscara adotada pelo grupo como um de seus símbolos mais fortes.
Os atuais protestos no Brasil contam com grande força, incentivo e motivação por partes dos Anons, não sendo estes os primeiros protestos do grupo fora da Internet. O grupo já organizou diversos protestos e passeatas pelo mundo como ocorreu nos eventos “Ocuppy Wall Street” e “Ocuppy São Paulo”. Voltando ao passado recente do Brasil (2011), um grupo hacker ativista chamado LulzSec executou a maior onda de ataques cibernéticos a sites do governo brasileiro, em apenas cinco dias mais de 30 sites foram atacados. Atentando para estes três grandes grupos é possível traçar onde buscar informações relevantes a segurança institucional do Governo brasileiro ou para outras instituições que assim precisem.

Italo Adriano Barros Correia Marcelino é Coordenador de Operações Região Nordeste do Instituto Coaliza.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/3585366647066012
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